Publicado em 26 de novembro de 2021
O grupo Facebook anunciou em 28 de outubro deste ano a mudança do nome da empresa para Meta, palavra que vem do grego, e quer dizer “além”. Essa é uma decisão que irá influenciar o futuro da internet e como a enxergamos. A partir da contextualização do professor André Imbroisi, coordenador de EaD e do curso de Gestão de Redes Sociais, entenda melhor o que é o metaverso, as projeções para o futuro e quais serão os impactos na sociedade.
Onde começou
O termo Metaverso foi abordado pela primeira vez na obra de ficção científica “Snow Crash”, de 1992, do autor Neal Stephenson. O conceito do termo é amplo, mas há um trecho do livro que pode ajudar a clarear a ideia: “Então Hiro, na verdade, não está ali. Ele está em um universo gerado informaticamente que o computador desenha sobre os seus óculos e bombeia para dentro de seus fones de ouvido. Na gíria, este lugar imaginário é conhecido como o metaverso”. Apesar disso, o autor declarou recentemente em sua conta do Twitter que não está conectado às mudanças da Meta.
Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, explicou que apesar dessa descrição remeter à tecnologia da realidade virtual, a novidade não se restringe somente a isso. O metaverso leva em conta também a realidade aumentada, tecnologia que permite sobrepor elementos digitais em nossa visão do mundo real, como os filtros utilizados pelos usuários do Instagram.
Segundo o professor André Imbroisi, as motivações que levaram o Facebook a se transformar em Meta é exatamente a adequação à modernidade. “Hoje vivemos uma situação de hiperconectividade. Todo mundo está ligado ao celular e nisso a gente tem um personagem dentro de um universo digital, nesse ambiente virtual criado. Essa questão traduz o conceito de metaverso, e é nisso que se reflete na sociedade”, complementa Imbroisi.
O que é o metaverso
De acordo com o fundadores do Facebok, o metaverso seria um universo virtual onde há interação por meio de avatares. Um dos pilares desse conceito seria reunir pessoas nesses ambientes. No metaverso, as telas do celular e do computador não são mais necessárias para entrar na internet. Os usuários poderiam usar um fone de ouvido para mergulharem em ambientes virtuais.
“Esse é um conceito que também lembra a questão do mundo em Matrix, como foi visto lá em 1999, quando o filme foi lançado. Quando Zuckerberg transforma o Facebook em Meta e leva todos os seus produtos junto, ele está assumindo que existe esse segundo mundo, e que boa parte dele é hiperconectado”, comenta Imbroisi.
Porém, algumas pessoas notaram que esse conceito de metaverso já foi visto antes e pode não ser tão novidade como Zuckerberg defendeu, e o professor Imbroisi explica o motivo. “Isso já era feito em games, a criação do avatar dentro do game para você viver uma realidade, como em The Sims, que você cria o avatar e vive uma vida ali dentro”. O professor ainda dá o exemplo do tamagochi, que no final dos anos 2000 já tinha essa característica, e por isso não seria algo novo.
Projeções e impactos
A ideia é que o metaverso possibilite os usuários interações por meio de avatares, usando acessórios digitais, o que ampliaria a ideia de exclusividade. Mas o metaverso pode ir muito além apenas desse conceito já conhecido pelos gamers, e se instalar na nossa vida profissional, tornando vídeo chamadas coisa do passado, por exemplo.
Para o professor Imbroisi, essa é a nossa realidade e que temos que nos adequar a ela, mas lembra que ter equilíbrio entre esses fatores é essencial. “Precisamos saber equilibrar o mundo real e virtual para podermos conviver. A gente nunca pode deixar o virtual sobressair ao real. Nós temos filhos, sociedade, família, conquistas no mundo real. Nós sentimos, temos dores, temos saúde nesse mundo também. Saber ter o equilíbrio das coisas é o grande lance. Isso vai nos ajudar em várias situações como trabalho, compras, diversão, lazer. Entender os pontos de equilíbrio de cada parte em que estamos envolvidos”, finaliza o professor.
Por Larissa Alves