Publicado em 5 de setembro de 2023
O professor Alexandre Picarelli nos auxiliou na análise da rede social e comentou a reação negativa dos usuários
Desde a compra do Twitter, em outubro de 2022, o empresário Elon Musk tem promovido uma série de alterações na plataforma, sendo a mais significativa delas – até então – a mudança do nome e do logo da rede social, consolidada no mês de agosto. O antigo Twitter agora se chama “X”, e o conhecido passarinho Larry foi substituído por uma logo minimalista.
Todas essas mudanças causaram comoção entre os usuários e, para analisar esses impactos, contamos com a contribuição do professor Alexandre Picarelli, coordenador do curso de Publicidade e Propaganda do IESB.
Essas alterações fazem parte de um Rebranding, que consiste em reformular a imagem de uma empresa ou produto, buscando mudar a percepção do público em relação à marca e/ou renovar sua identidade visual.
De acordo com o professor, a personalidade ousada de Elon Musk é um dos principais motivos para esse rebranding. “Substituir o icônico pássaro azul pelo ‘X’ requer ousadia. Não acho coincidência a escolha da letra ‘X’, considerando que algumas empresas criadas ou pertencentes a Elon Musk também possuem essa letra, como a SpaceX. Há rumores de que ele esteja preparando um super aplicativo”, afirma.
As mudanças na plataforma vão além do visual. No ano passado, foi implementado o Twitter Blue, uma versão paga do aplicativo que oferece um selo de verificação. Os usuários dessa versão recebem o selo azul, enquanto marcas, pessoas importantes e organizações recebem um selo dourado para comprovar sua identidade.
Também houve uma tentativa de limitar o número de publicações que os usuários da versão gratuita da plataforma poderiam ver, mas a atualização foi revogada após duras críticas dos internautas.
O professor Picarelli admite que as críticas são prejudiciais, mas mesmo com um grande nível de insatisfação, o Twitter continua sendo uma das principais redes sociais da atualidade. Apesar das críticas e discussões, Elon Musk parece não demonstrar grande preocupação com as reclamações.
“É muito cedo para afirmar se o impacto na empresa será pequeno ou grande, mas certamente é o movimento mais relevante realizado nos últimos anos, considerando a importância da plataforma como um meio global de comunicação”, complementa.
Com a relação estremecida entre os usuários e Elon Musk, surgem oportunidades para aplicativos concorrentes. No entanto, o Threads, de Mark Zuckerberg, não conseguiu se consolidar. “É mais uma disputa entre Musk e Zuckerberg. Nesse caso, o Threads ainda apresenta muitas falhas. Para excluir uma conta definitivamente, é necessário excluir o Instagram. Elon Musk tem criticado o Threads por seu caráter fechado, diferente do Twitter, que permite visualizar publicações de desconhecidos na linha do tempo. Ainda há muitos ajustes a serem feitos”, conclui o professor.
Por: Ana Karoline Figueiredo