Publicado em 9 de outubro de 2020
A quarentena começou em março e o que era para ser, a princípio, 15 dias, já se estende por mais de seis meses. Esse distanciamento social causado pela pandemia modificou a forma de realizar a rotina diária, misturou as tarefas de casa, do trabalho, de lazer, e forçou a vida dentro de casa. A extensão desse cenário trouxe o aumento da sobrecarga, do estresse e do cansaço mental. A professora de Psicologia Carol Salles explicou o panorama e deu dicas para ajudar a relaxar, driblar a exaustão e manter o distanciamento social, uma das principais formas de conter o avanço da covid-19.
O estresse é um estado fisiológico, psicológico e comportamental de sobrecarga, no qual ocorre uma disfunção do metabolismo que pode levar a estados de irritação, ansiedade, medo, confusão e agitação.
O descanso físico e psicológico é importantíssimo, pois ajuda o organismo a reorganizar suas funções metabólicas, tornando o indivíduo mais sensível a melhorar suas relações comportamentais, auxiliando, por exemplo, no processo de avaliação dos estressores, processos de tomada de decisão, autocontrole e resolução de problemas.
Quando falamos de descanso e repouso, estamos priorizando questões como a reposição das funções corporais por meio do sono. O sono tem uma função primordial no processo de consolidação de memórias, por exemplo, presenteando, também, o bom funcionamento do ciclo vital.
Para regular as funções do sono, algumas dicas podem ser encontradas no que os especialistas chamam de “higiene do sono”, que é um conjunto de orientações práticas que envolvem uma boa organização da rotina antes de dormir, ajustando as situações que podem interferir na qualidade do sono, como o horário em que a pessoa vai dormir todos os dias (buscando a regularidade do horário e buscando ir dormir mais cedo), controlando a ingestão de alimentos antes do horário de dormir, evitando atividades físicas no período anterior ao sono, assim como atividades estressantes em horários próximos ao de deitar.
Além da qualidade do sono, devemos preservar também as horas de repouso durante o dia. Ao longo do dia, devemos buscar fazer pequenos intervalos de tempo para relaxar e evitar estimulação excessiva, fugindo de situações nas quais estamos com a sensação de estar o tempo todo “ligados” a uma demanda.
Outra dica para evitar o estresse cotidiano é separar momentos do dia para uma atividade prazerosa, como a leitura de um pequeno trecho de um livro, ou ouvir uma música, ou mesmo contemplar a natureza.
Essas atividades auxiliam no relaxamento, favorecendo estados de distensão física e mental. Vale a pena lembrar que devemos tirar um tempo para descansar das redes sociais, que muitas vezes são utilizadas com o objetivo de relaxamento, mas, na verdade, acabam sendo uma fonte ainda maior de estresse, pois o indivíduo entra em contato com uma hiperestimulação de informações, acessando conteúdos, inclusive, que podem gerar ainda mais estresse e conflitos internos.
Confira 3 dicas com a professora Carol Salles:
Inserir no cotidiano as atividades físicas regulares também é fundamental, pois a atividade física regula as funções metabólicas, e é um ótimo momento pra pessoa entrar em contato com o próprio corpo.
Mindfulness (atenção plena), onde o indivíduo deverá entrar em contato com as principais emoções, sentimentos e pensamentos, auxiliando-o a administrar melhor seu grau de ansiedade.
Boa alimentação também é importante, com a ingestão de alimentos que não necessitam de muita energia para seu processamento, favorecendo um melhor fluxo de oxigenação cerebral, melhorando o ânimo e a disposição para a realização de atividades cotidianas.
Por Vitórian Tito