Cozinheiros devem se preocupar ainda mais com higiene, diz especialista

Publicado em 25 de março de 2020

Alimentos servidos frios, como sushi, devem ser evitados por serem facilmente infectados por vírus

Com o avanço do coronavírus ao redor do globo, muitas preocupações surgem. O isolamento está sendo recomendado em diferentes países e, com isso, diminuem a frequência em bares e restaurantes. Contudo, estes empreendimentos ainda não estão totalmente desligados e, nesse novo contexto, há cuidados extras a serem tomados. Por exemplo, os cozinheiros devem lavar as mãos com água e sabão de 30 em 30 minutos e usar, sempre, álcool 70% para completar a higiene. A recomendação é da professora de Higiene e Segurança Alimentar do curso de Gastronomia do Centro Universitário IESB, Rachel Caetano.

“É um vírus, então nós precisamos tomar os cuidados que podem eliminar ele e evitar passá-lo para frente”, afirma a professora. Além da higiene, ela recomenda também a preferência por pratos servidos quentes. “Sempre deixar a comida aquecida, acima de 70º C, cozinhar bem e evitar carnes cruas”, alerta. O Sushi, por exemplo, é um dos alimentos que devem ser riscados da lista.

Pratos para serem divididas por duas ou mais pessoas também podem ser uma má ideia. Muitas vezes, usa-se talheres que vão à boca e depois retornam para os alimentos. Isso gera uma área de contaminação. “Caso um dos parceiros esteja infectado, ele vai, com certeza, infectar os outros”, afirma a professora.

Aos cozinheiros, Rachel recomenda a uniformização e a atenção para manter a roupa sempre limpa – além, é claro, da higienização constante das mãos. Outra dica, é evitar a contaminação cruzada. “Às vezes, as pessoas usam a mesma tábua para cortar frango e alface. Se o frango tiver infectado, ao cortar o alface no mesmo espaço, acaba por passar para o alface. E o alface não será cozinho, ou seja, o vírus não será eliminado”, indica.

Além disso, donos de bares devem seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Reduzir os horários de funcionamento e também o espaço, dessa forma evitando que muitas pessoas se aglomerem em restaurantes e lanchonetes. Além disso, é importante respeitar a regra de pelo menos dois metros de distância entre as mesas.

Delivery

A entrega de alimentos pode ser um problema muito grande nesse momento de crise na saúde. Aplicativos facilitam a circulação desse projeto mas, ao mesmo tempo, aumenta a quantidade de mãos que tocam o alimento. Caso não haja os devidos cuidados, um pedido pode vir recheado com vírus.

Rachel recomenda que sejam pedidos por sistemas de delivery, sempre, alimentos cozidos e quentes. “É preciso que esteja quente. Por isso, tem de evitar trajetos longos, em que há tempo de resfriar o alimento”, explica. Por fim, é preciso também consciência dos entregadores, que devem ser os responsáveis por higienizar a caçamba da moto ou o local onde ficará a entrega.

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