Publicado em 6 de março de 2020
Com o sonho de seguir carreira na área de audiovisual, Rosa Morbach, aluna do 8° semestre de Cinema e Mídias Digitais, conseguiu a verba necessária por meio do Financiamento Coletivo para começar as gravações do seu Trabalho de Conclusão de Curso, o curta-metragem Retrogosto. “Meu projeto existe em uma tentativa de criar uma identificação com as pessoas, principalmente as que estão passando por coisas parecidas com algum dos personagens”, conta a estudante, que se inspirou em experiências pessoais para a criação do projeto.
Vendo o trabalho como uma oportunidade de se dedicar a algo mais prático e maduro, Rosa nega as narrativas tradicionais e lineares, trazendo elementos do cinema psicológico com inserts e flashbacks. Olívia, a personagem principal, é o retrato do conflito que muitos jovens possuem: ela luta para tentar se enxergar e agir como adulta. Contando com conversas cotidianas, o curta fala sobre a banalidade da vida, relações entre amigos e sentimentos desconexos.
Financiamento: desafios e expectativas
Funcionando como uma vitrine, Rosa diz que “o financiamento coletivo é uma ótima oportunidade de conseguir algum dinheiro, é como vender seu projeto e rezar para que as pessoas que estão ao seu redor gostem e apoiem com o que puderem”. Com o encerramento da campanha no site Catarse após 60 dias, e sem intenções de abrir uma nova, 64% da meta de R$ 7.000 reais foram arrecadados. Esse valor, equivalente a R$ 4.535, vai possibilitar que o curta-metragem, mesmo com certo barateamento, saia do papel para se tornar realidade.
Mas os desafios ainda existem. Com as gravações marcadas para o final de abril e data de estreia está prevista para o mês de julho, a aluna conta que o valor arrecadado cobre apenas os elementos mais básicos da gravação. Enquanto isso, ela e sua equipe, formada por amigos que acreditam na ideia do Retrogosto, estão pensando em novas formas de arrecadação.
Apesar de existirem opções de trabalho em Brasília, o mercado do audiovisual na cidade ainda é recente e está em fase de crescimento, o que gera grandes desafios para quem quer produzir arte localmente. Mesmo com todos os percalços, que vão desde a falta de verba a problemas técnicos, Rosa aponta que seu maior objetivo é fazer com que o filme chegue até as pessoas. Para ela, “isso já é uma grande vitória quando falamos de curta-metragem, nacional e universitário”.
Confira o trailer: https://bit.ly/2Vvy37F
Por Vitórian Tito