Jornalista brasiliense é co-roteirista no filme “Democracia em Vertigem”, indicado ao Oscar 2020

Publicado em 16 de janeiro de 2020

Carol Pires frequentou o IESB até 2007. Equipe também conta com egressa de Cinema e Mídias Digitais

Brasília também angariou um espaço no Oscar 2020. A jornalista candanga Carol Pires foi uma das pessoas responsáveis por trabalhar no roteiro do documentário que foi indicado para a maior premiação de cinema do mundo. Formada em Jornalismo pelo Centro Universitário IESB, Carol conta com longo currículo. É colunista na Revista Época e no jornal italiano Internazionale, além de escrever para o New York Times e ter passagem por revistas de grande repercussão, como a Piauí – famosa pelos seus perfis aprofundados de políticos e por entregar alto nível de jornalismo literário.

Carol conta que sua primeira experiência com roteiros foi durante a época em que trabalhou no canal GregNews, do comediante Gregório Duvivier, na HBO Brasil. “Antes, eu só tinha trabalhado como jornalista. Mas boa parte da minha carreira foi na revista Piauí, onde eu escrevia reportagens que levavam meses para serem apuradas e escritas. E no jornalismo narrativo você precisa das informações objetivas e apuradas da reportagem, mas também das ferramentas narrativas da literatura e do roteiro para compor um texto de fôlego que dê vontade de ler até o fim. Então costumo dizer que minha experiência com essas grandes reportagens foram um treino para encarar os três anos de roteirização do Democracia em Vertigem”, compartilha.

Trabalhar com jornalismo político também contribuiu para a participação como co-roteirista no filme. “Eu conheci a Petra (diretora da obra) no Congresso cobrindo o Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff”, conta. Segundo Carol, a vivência com o tema permitiu que criasse uma ponte com a diretora do filme. “Então minha experiência como repórter de política, que já tinha passado por todo aquele mesmo processo que ela estava acompanhando, foi muito importante para gente ter um diálogo muito fluido”, disse.

Para a roteirista, o maior desafio foi tratar de um tema que, a cada momento, tinha atualizações no noticiário. Muitos dos fatos se desenrolavam em tempo real. Por isso, segundo ela, internautas no Twitter e no Facebook brincavam ao pedir um “Democracia em Vertigem 2”.

Futuro

Para ela, o filme busca abrir um diálogo através da empatia. “Ali, a Petra conta de onde ela veio e explica o que moldou seu ponto de vista. Ao longo do filme, ela começa a ter dúvidas e é honesta sobre elas. Não é um filme de respostas, mas de perguntas. E acredito que precisamos disso, de mais empatia, mais perguntas e menos certezas absolutas”, considera.

O objetivo é ir além. Carol promete novos roteiros e novas reportagens. Por ora, ela conta que planeja lançar um podcast sobre política para a Rádio Novelo. Além disso, a jornalista trabalha atualmente na produção de um livro sobre a vereadora Marielle Franco, morta em 14 de março de 2018.

Assistente

A participação de ex-alunos do IESB no filme que ganhou espaço na maior disputa da sétima arte do mundo não para por aí. A Ex-aluna do curso de Cinema e Mídias Digitais Joana Ramos fez câmera e assistência em “Democracia em Vertigem”. Ela conta que, na época, sentiu-se fazendo algo especial. “Foi muito intenso. Eu comecei a trabalhar com esse filme ali em 2016/17. Era na época em que estava tudo ruim, tudo uma loucura. Foi bastante correria”, avalia a assistente, que já conta com mais de 40 filmes em seu currículo, sendo 16 deles longa-metragens.

Uma das cenas que ela aponta como uma das mais marcantes da produção foi a que envolve o então deputado federal Jair Bolsonaro, hoje presidente da República. Para ela, o filme é importante por registrar a história do Brasil. Joana garante que não vai parar por aqui. A ideia é se tornar diretora de fotografia e continuar a trabalhar com cinema. “Eu nasci para fazer cinema. É uma ferramenta de mudança muito forte e eu não conseguiria viver fazendo outra coisa”, afirma.

Por Profissionais do Texto

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