Publicado em 18 de junho de 2019
Escolas devem ser locais seguros para crianças e adolescentes, mas casos de abuso podem acontecer. Para professora de Psicologia do IESB, a violência nas escolas brasileiras não deve ser tratada apenas como bullying e fatores como gênero e raça devem ser levados em conta.
“Os efeitos sofridos pela criança são múltiplos”, conta a professora da graduação em Psicologia do Centro Universitário IESB Marília dos Santos Bezerra. “À medida que ele sofre agressões repetidas, o estudante pode se tornar agressivo com os outros também”, continua.
A criança pode desenvolver sentimentos de inadequação, uma distorção no seu autoconceito, dificuldades de aprendizagem e ela pode acabar sem vontade de ir à escola. Essas consequências surgem quando não há um suporte adequado da família e da escola ou quando a criança não é ensinada a lidar com as agressões.
“É importante destacar que nós geralmente naturalizamos essa violência em sala de aula como bullying, mas esse é um conceito importado, conta Bezerra. “Quando falamos do Brasil, precisamos contextualizar que os atos violentos repetitivos também estão ligados a questões de gênero e de raça, o que é um desdobramento da forma como o nosso país está organizado, vivenciando diversos preconceitos”, continua.
Para lidar com as situações de abuso, é necessário que a escola aja em conjunto com as famílias para orientá-las a lidar com o assunto dentro de casa, além de formar rodas de conversa e ações para que as crianças discutam as questões de violência entre elas, incluindo reflexões voltadas para as temáticas de gênero e raça.
“O combate aos abusos é um processo que envolve a observação da comunidade escolar, discussão e reflexão sobre como essas violências se desdobram e se configuram naquele espaço”, continua a professora.
O Colégio IESB, que possui turmas dos ensinos fundamental e médio, trabalha diariamente o tema do respeito entre seus estudantes. Em casos de violência, o Colégio possui o IESB Amigo, um grupo que se reúne semanalmente com o apoio de cinco psicólogos para orientar alunos que precisem superar quaisquer dificuldades.
“Devemos respeitar o outro, sua cor, seu credo. Nossos estudantes aprendem aos poucos a conviver de forma harmoniosa e entender que em nossa instituição não há espaço para pessoas intolerantes e desrespeitosas”, conta a diretora do Colégio IESB, Dila Lira. “Em nossa escola, a palavra-chave é respeito”, finaliza.
Re9 Comunicação