Projeto do IESB atua com catadores e escolas para promover o descarte consciente do lixo

Publicado em 3 de setembro de 2018

O Projeto Fênix realiza rodas de conversa em cooperativas de catadores do DF, além de ações de conscientização em escolas

Lidamos com as consequências do tratamento inadequado do lixo todos os dias. Em 14 de julho, o mar na cidade de Santo Domingo, capital da República Dominicana, amanheceu coberto por uma densa camada de lixo. Só nos três primeiros dias de limpeza foram retiradas mais de 30 toneladas de plástico, material que poderia ser transformado em novos produtos e nunca ter chegado ao mar, caso fosse devidamente tratado. Segundo os relatos, uma tempestade levou todo esse lixo para as praias.

No dia a dia, os catadores são os profissionais responsáveis por separar os resíduos sólidos – que podem ser reciclados ou reutilizados – do material orgânico. Eles vendem o que foi coletado para empresas que fazem a reciclagem e, por isso, possuem um papel ambiental muito importante.

Em Brasília, o Projeto Fênix busca apoiar as cooperativas de catadores ao promover a formação dos profissionais e ao conscientizar a sociedade sobre o descarte correto do lixo. O projeto é coordenado pelo curso de Serviço Social do Centro Universitário IESB, e possui o selo da Cátedra Unesco sobre os Desafios Sociais Emergentes.

“Nosso trabalho com as cooperativas se dá por meio de oficinas e rodas de conversa. Os atendimentos são sempre feitos de uma perspectiva de grupo, e nunca individual”, disse Erci Ribeiro, coordenadora do Projeto Fênix e professora de Serviço Social no IESB Oeste, em Ceilândia. “A temáticas que desenvolvemos são escolhidas pelas próprias cooperativas. Neste semestre, por exemplo, estamos tratando de saúde da mulher, saúde do homem, violência doméstica e da questão previdenciária, entre outros temas”, continua.

Existem duas linhas de ação principais no Projeto Fênix. A primeira é justamente a atividade junto às cooperativas de catadores Construir e Contrap. A segunda linha busca a conscientização da sociedade sobre a coleta de lixo e suas ações começaram no semestre passado em escolas públicas no DF. Neste semestre, o projeto levará catadores para duas escolas na Asa Norte. As crianças farão parte de uma simulação na qual devem separar o lixo sob orientação dos catadores. Os membros da cooperativa apresentarão ainda uma peça de teatro na qual dramatizam o que acontece quando encontram materiais perigosos, como cacos de vidro, misturados ao lixo comum.

A ideia das ações junto às escolas foi uma demanda das próprias cooperativas. Com a crise econômica, os catadores perceberam uma baixa no descarte de resíduos e na participação da sociedade em fazer a coleta seletiva. O Projeto Fênix tenta, portanto, criar o hábito da separação do lixo desde a infância.

A coordenadora Erci conta que uma porcentagem muito grande do lixo ainda vira rejeito por ter sido descartada de forma incorreta. “O lixo orgânico não pode ter contato com os resíduos sólidos. Por exemplo, uma garrafa pet misturada com gordura, ou um pacote de biscoitos totalmente impregnado com o orgânico. É importante lavar, tirar o excesso, para que eles [os catadores] possam fazer a separação”, disse. Também é importante fazer o descarte correto de materiais perigosos. O ideal é serrar uma garrafa PET ao meio, colocar os materiais cortantes ou perfurantes dentro, selar com uma fita crepe e avisar na embalagem que há material perigoso dentro.

Mais notícias