Cinco filmes para fechar o mês da diversidade com chave de ouro

Publicado em 30 de junho de 2020

O cinema teve ao longo dos anos papel fundamental no combate à homofobia. Confira os filmes que celebram o orgulho LGBTQIA+

Desde 1969, junho passou a ser o mês do orgulho LGBTQIA+. O sexto mês do ano recebeu esse título quando em 28 de junho, nos Estados Unidos, uma revolta se iniciou no bar Stonewall Inn, em Nova York, frequentado principalmente por homossexuais. Esse acontecimento foi o marco de um movimento que já se encaminhava há meses, com diversas injustiças não mais toleradas pelo público LGBTQIA+. Hoje, quase 51 anos depois, o mês de junho segue com importantes reafirmações e comemorações aos direitos conquistados. Para celebrar a diversidade, separamos 5 filmes de causas LGBTQIA+ aclamados pelo público.

As dicas são do professor do curso de Cinema do Centro Universitário IESB Elias Nascimento Filho. Para ele, o audiovisual tem papel histórico no combate à homofobia e outros tipos de preconceito. Confira lista de filmes:

1- Azul é a cor mais quente (2013). O enredo é baseado em um livro homônimo. A adaptação para o cinema recebeu boas críticas e foi muito bem aceita pelo público. “A trama é baseada no descobrimento e trata de temas como relações de poder, vazio sentimental e passividade perante amores líquidos”, afirma Nascimento. O filme trata do relacionamento entre duas garotas e suas reviravoltas intrigantes.

2- A garota dinamarquesa (2016). O longa retrata a história da primeira transexual a submeter-se a uma cirurgia de mudança de sexo no mundo, em 1931. “Certamente, a sua transição teve importante impacto na sociedade e época em que vivia, e até mesmo em outros cantos do globo e durante as décadas seguintes”, pontua. O filme apresenta ao público o casal de dinamarquesas Einar e Gerda Wegener, que vivem em Copenhague na década de 1920. Ambos são pintores, mas passam por fases distintas de suas carreiras: ele é um artista prestigiado em seu país e encontrou sucesso ao pintar diferentes versões da mesma paisagem, inspirada no local onde passou a sua infância. Ela, por outro lado, cria apenas retratos e enfrenta dificuldade de ser reconhecida no meio artístico. Na intimidade, parecem felizes. São amorosos um com o outro e, como bons artistas, compartilham um espírito livre e mais moderno do que o do restante da sociedade.

3- Boy erased. Uma verdade anulada (2019). Também baseado em um livro com o mesmo nome, o longa revisita as memórias do doloroso período em que (falta o nome) participou de um programa de conversão que prometia curá-lo da sua homossexualidade. Garrard, filho de um pastor da igreja Batista, criado em uma cidadezinha conservadora no sul dos Estados Unidos, foi convencido pelos próprios pais a apagar uma parte de si. “Tocante e inspiradora, a história de Garrard é um acerto de contas com o passado, um panorama complexo das relações do autor com a família, com a fé e com a comunidade. O filme é o testemunho dos traumas e das consequências de se tentar aniquilar parte essencial de um ser humano”, analisa.

4- Moonlight, sob a luz do luar (2016). Ganhador do Oscar na categoria melhor filme em 2017, a obra apresenta a sutileza com que, em sua aparente simplicidade, nos oferece diversas camadas temáticas. A partir da saga do garoto Chiron, acompanhamos o seu desenvolvimento em três momentos distintos. Na infância, que cresce em um subúrbio barra-pesada em Miami, nos Estados Unidos. Em meio às ameaças de outros garotos e à negligência de uma mãe viciada, o garoto encontra no traficante Juan a figura paterna com quem passa a compartilhar a cumplicidade familiar que lhe falta em casa. Na adolescência, permanece como o alvo preferido do bullying de seus colegas de escola, enquanto descobre a sua homossexualidade. No terceiro e último ato, já adulto, Chiron tenta se adaptar ao mundo bruto em que vive, mais por necessidade do que por inclinação ao delito.

5- Hoje eu quero voltar sozinho (2014). No filme brasileiro dirigido pelo diretor e roteirista Daniel Ribeiro, a ideia foi tratar da descoberta do primeiro amor em algumas características particulares: a homossexualidade e a deficiência física. No longa, o debate se amplia para o amor em geral e para as perspectivas de independência do adolescente em crise. O filme trabalha os conflitos da trama de maneira leve, terna. Os momentos pontuais de bullying praticados por um grupo de colegas não deixam grandes marcas em Leonardo; as brigas com os pais se dissipam em minutos; as disputas com Giovana apresentam uma evidente perspectiva de reconciliação. Este roteiro é romântico, até ingênuo, em sua preocupação zelosa e paterna de garantir a todo personagem sua devida cota de amor.

Por Profissionais do Texto

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