Publicado em 27 de abril de 2022
Desenvolvida por estudantes do IESB, iniciativa faz parte do projeto E-Nable na instituição e tem como objetivo imprimir, montar e entregar, gratuitamente, próteses de mãos feitas em impressoras 3D às pessoas com deficiência e que precisam do dispositivo
Por meio de um projeto inovador, alunos do Centro Universitário IESB estão imprimindo, montando e distribuindo, gratuitamente, próteses de mãos feitas em impressoras 3D e transformando sonhos em realidade de crianças e adultos com deficiência em membros superiores. Pessoas que não possuem um ou todos os dedos ou qualquer membro abaixo do cotovelo podem se beneficiar desses dispositivos criados no laboratório da instituição com supervisão dos professores.
Nesta terça-feira (26/4) mais uma entrega foi realizada no Laboratório Maker do IESB, o Fab Lab, no campus Sul (614 Sul). Raphael de Oliveira Batista, de cinco anos, recebeu o dispositivo, feito especialmente com a estampa que ele pediu: do Capitão América. A criança nasceu sem a mão esquerda, devido a síndrome de Poland, e agora poderá contar com a prótese para auxiliar na coordenação. “O Raphael está muito feliz e animado. Ele é um garoto independente, mas há algumas dificuldades. Portanto, essa prótese vai potencializar os atributos dele”, avalia Franklin George Andrade Batista, pai do Raphael.
A iniciativa faz parte da rede de voluntários do projeto e-Nable Brasil, que conta com a parceria de profissionais da saúde para atender de forma segura e eficaz essas pessoas que precisam de ajuda. “O projeto e-Nable chegou como uma oportunidade fantástica para podermos aliar os estudos dos nossos alunos com os modernos equipamentos que temos em nossos laboratórios em prol de uma ação que envolve a comunidade. Trazer a comunidade para dentro da instituição é o que acreditamos ser uma extensão universitária de verdade”, destaca Larissa Cayres, coordenadora dos cursos de Arquitetura e Design de Interiores do IESB e responsável pelo projeto na instituição.
A professora explica que esses dispositivos, criados na impressora 3D, são úteis para aqueles que não têm a opção de uma prótese convencional devido ao custo, tempo de troca ou individualidade dos seus membros.
No IESB, além da coordenadora, participaram desta edição do projeto o laboratorista Paulo Henrique Moreira de Carvalho Faria e a estudante Luísa Farani, aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo.
“O meu papel no trabalho é desenvolver uma forma de conectar a prótese ao membro da pessoa. Isso pode acontecer com luvas, tiras, depende do tipo de prótese que está sendo desenvolvida. E como eu tenho experiência em moda, atuei no projeto com esse toque final. O que o IESB está fazendo com essa iniciativa é aliar teoria e prática, dando a oportunidade para nós, alunos, colocarmos em ação o que aprendemos em sala de aula e ainda podermos ajudar pessoas que precisam”, compartilha Luisa.
Como as próteses funcionam
As próteses funcionam com movimento de agarrar. “Elas abrem e fecham usando a flexão do punho ou cotovelo para criar a tensão para fechar os dedos. Portanto, o indivíduo que vai recebê-las deve ter um punho ou cotovelo funcional para poder tirar o máximo proveito na utilização dos dispositivos recomendados pela e-NABLE”, orienta a coordenadora.
Além disso, as próteses devem ser prescritas por um profissional de saúde e seu uso deve ser acompanhado por um responsável da área de reabilitação. “Só com a prescrição de prótese é iniciado o processo de modelagem e impressão do dispositivo de acordo com as medidas do paciente e necessidades de adaptação. Também é feito avaliação junto a família e ao futuro usuário da prótese, explicando como é feito o uso, indicando as possibilidades e limitações”, reforça Larissa.
As próteses são feitas por meio das impressoras 3D do laboratório IESB, utilizando plásticos ABS ou PLA. Atualmente, são cinco opções de modelos diferentes. Com a orientação de um profissional de saúde, a equipe do IESB modifica o tamanho original do modelo, permitindo que crianças e adultos possam ter próteses mais adequada para cada corpo, levando em conta as limitações, já que os dispositivos têm o papel de ajudar, mas não terão o mesmo movimento de uma mão orgânica. Depois de impressas, elas são montadas pelos estudantes, laboratoristas e professores.
Após a doação, é necessário um período de adaptação, que não é demorado. “Depois que a prótese está pronta, nossa equipe de profissionais e estudantes do IESB vão ensinar o beneficiário a usar as novas mãos. Elas são colocadas no punho utilizando uma faixa, como se fosse uma luva”, explica a professora.
As próteses são registradas e sua comercialização é proibida por lei. “Todo o nosso trabalho é voluntário. Ao aceitar os termos, o usuário também se compromete a não comercializar os dispositivos”, completa Larissa.
Saiba como solicitar a prótese
O interessado em adquirir a prótese de mão confeccionada pelo IESB deve entrar em contato direto com o Centro Universitário pelo e-mail iprotese@iesb.br