Dez dicas de como equilibrar as contas em meio a pandemia

Publicado em 23 de março de 2021

Para a professora do curso de Gestão Financeira Laura Nogueira, a melhor saída é saber nos adaptarmos à crise financeira

A pandemia por covid-19, estabelecida desde o início de 2020, nos pegou de surpresa e impôs diversos desafios para o mundo todo. Medidas de restrição social, adotadas desde o princípio da crise, limitaram o poder aquisitivo do brasileiro, que agora luta para fugir do endividamento, enquanto sofre com um mercado de trabalho em crise. “Isso tudo alcança de maneira incalculável os agentes econômicos: as famílias, os governos, comerciantes, enfim. Todos que participam da roda que move a economia foram afetados”, comenta a professora do curso de Gestão Financeira do IESB, Laura Nogueira.

Laura reforça a importância do apoio do governo nesse momento, com investimentos em serviços públicos, como transporte e educação. “O Estado, quando estende essa assistência ao cidadão, gera uma movimentação maior dos agentes econômicos, gera um boom temporário. O auxílio, por exemplo, conseguiu manter, ainda que modestamente, a economia girando. Dado que ele está suspenso, o cidadão volta a sentir-se acuado, e o desenvolvimento volta a cair”, complementa.

A professora aproveita para alertar para os cuidados que as pessoas devem ter ao investir seu dinheiro nesse momento. “O mercado imobiliário e a construção civil tiveram um bom desempenho nesse cenário. Mas é preciso avaliar o seu perfil de investidor: se é mais tradicional ou arrojado. Se você tem conhecimento prévio ou não sobre investimentos de renda variável”, explica a professora.

E para ajudar quem está apertado ou quem quer evitar o endividamento, a professora, em conjunto com o coordenador do curso, Erlano Ribeiro, listou dez dicas/comportamentos que podem salvar as contas:

  • Controlar os gastos: por mais clichê que seja , sempre será uma máxima a seguir. Anotar todos os gastos ajuda a identificar quais podem ser reduzidos e até eliminados. A crise impõe sacrifícios necessários para superação.
  • Negociação: orçamento não fechou? Procure negociar ou substituir gastos essenciais (água, luz, aluguel, etc.). Até as dívidas mais antigas são mais fáceis de negociação. Mesmo não sendo essenciais, não devem ser atrasadas. O que traz outro alerta: pagar encargos por deixar de pagar ou mesmo atrasar suas contas não é uma boa opção.
  • Imponha-se limites: imponha um limite para seus gastos do período (dê preferência ao mês). Uma vez este limite estabelecido, não o ultrapasse. Isso irá fazer com que você possa até economizar para emergências futuras.
  • Invista: sobrou algum dinheiro, mesmo que pouco? Invista-o. Emergências podem surgir e é importante guardar um valor que dê um mínimo de segurança para imponderáveis. Até três ou quatro rendimentos (salários) é um valor interessante para as emergências supracitadas. Ao investir em instituições financeiras (banco, principalmente), dê preferência àquelas de maior liquidez (disponibilidade imediata para resgate) e de baixo risco. Em tempos de crise, ser conservador é um bom conselho.
  • Atualização profissional: com o risco maior de demissões é importante estar atualizado para poder ofertas seus serviços a outras organizações. Sempre de maneira inovadora e com destaque para aumentar as chances de admissão. Atualmente, o uso de tecnologia e o trabalho remoto são pontos de inflexão para todos os profissionais.
  • Rendas alternativas: procure usar sua criatividade e verifique as necessidades das pessoas ao seu redor e de seu convívio (comunidade, condomínio, etc.). Sabe cortar cabelo? Ofereça seus serviços a domicílio no condomínio a um preço módico. Lembre-se: todo trabalho enobrece e aumenta renda.
  • Distinguir seu negócio: se for dono de algum empreendimento, não sacrifique sua empresa. Retiradas esporádicas da pessoa jurídica para cobrir o orçamento pessoal é um caminho sem volta para a queda do seu empreendimento que tanto atalhou para conseguir. A queda é rápida e com poucas perspectivas de retorno. Trate da pessoa jurídica com trata sua pessoa física, sem misturas ambas.
  • Atenção às políticas públicas: esteja atualizado com as providências adotadas pelos governos, seja no âmbito social, seja no econômico. Aproveite as oportunidades (relaxamento de prazos de pagamentos, liberação de benefícios, auxílios emergenciais, redução de juros para empréstimos, etc.) e evite as ameaças (aumento das taxas de juros, mudanças de empréstimos bancários e/ou financiamentos, multas por descumprimento de determinações oficiais, etc.).
  • Favoreça os pequenos negócios: apoio mútuo em momentos de crise sempre funcionaram muito bem. Ao privilegiar o vendedor de frutas e verduras que monta sua banca perto de casa, você está fazendo o dinheiro circular mais. Além disso, é mais um trabalhador que garante seu sustento e reduz as necessidades da comunidade, gerando mais benefícios a todos.
  • Saúde em dia: cuidar da saúde física e mental é muito importante para poder superar todas as dificuldades que essa crise nos impõe. A atividade física deixa nossos sentidos alertas. Uma boa alimentação nos dá forças para conduzir o dia de labuta e poder ter momentos de relaxamento e bem-estar, proporciona uma pausa para a mente que deverá estar sempre pronta para agir.

Por Felipe Caian Dourado

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