Publicado em 19 de novembro de 2021
A egressa do curso de Cinema do IESB Ana Caroline Brito, diretora, produtora e representante da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), topou um bate-papo sobre o assunto
A representatividade é um assunto que está em pauta. Representatividade no esporte, na música, na dança, nas artes e, também, no cinema. A egressa do curso de Cinema do IESB Ana Caroline Brito, diretora, produtora e representante da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), topou um bate-papo sobre o assunto e ainda deu umas dicas super legais de filmes essenciais para o cinema negro.
O cinema é feito de atores e de toda uma equipe de profissionais que trabalham em conjunto para que o filme seja realizado. Segundo especialistas na temática, deve existir representatividade em todas as áreas da produção de um filme. “Quando falamos de autonomia dentro do cinema, é sobre ocuparmos todas as etapas da cadeia produtiva do audiovisual, desde o desenvolvimento da história, estar no set produzindo de fato até o produto chegar nas distribuidoras, porque dessa forma a gente toma o poder sobre nossas próprias narrativas.” explica Ana.
Uma das indicações da Ana é o filme “Alma no Olho”, do cineasta, produtor, ator, diretor, modelo e roteirista, Zózimo Bulbul. Zózimo é considerado o pai do Cinema Negro no Brasil. “É um filme extremamente simples no que diz respeito a produção, todo preto e branco, só com o Zózimo como ator que vai trocando de figurino ao longo da história, sem usar uma palavra, ele consegue contar a história do negro desde um pouco antes da escravidão. Pelo olhar de estudante, esse filme foi muito importante para eu perceber que não precisava de muitos recursos para contar uma história profunda, especialmente no contexto brasileiro, onde temos pouco dinheiro, esse filme serve de referência para todos os que fazem Cinema Negro no Brasil, ele traz essa mistura de simplicidade com profundidade e história!”
Outra indicação é o filme “Café com Canela” da diretora Glenda Nicácio, “A história do filme gira em torno de uma personagem mais velha e outra mais nova e como que a personagem mais nova tenta resgatar a beleza daquela senhora que se perdeu de si e esse resgata ocorre por meio do afeto! A menina leva comida, rosas, conversa… tem uma cena muito legal que é assim: a senhora começa a se estabelecer, ela vai para uma cachoeira; o roteiro diz que ela vai se encontrar com Oxum, mas no fim das contas, a diretora entendeu que nessa cena não precisava colocar Oxum ali de fato, bastava a cena da cachoeira que já se entendia que era Oxum!”, conta Ana.
Confira as outras indicações da nossa egressa:
Alma no olho- Zózimo Bulbul – disponível no Youtube
O dia de Jerusa – Viviane Ferreira – disponível no Youtube
Café com Canela – Glenda Nicácio – disponível no Prime Video
Afronte – Marcus Vinicius e Bruno Victor – disponível no Todesplay
Ilhas de Calor – Ulysses Arthur – disponível no Todesplay
Kbela- Yasmin Tayná- disponível no Youtube
Por Lukas Cortez