Publicado em 7 de outubro de 2020
O mundo tem mudado à medida que as novas tecnologias crescem e as operações via internet tornam-se mais seguras e rápidas. E o Banco Central do Brasil (Bacen) lançou o PIX, um novo sistema de pagamentos instantâneos, que será lançado na segunda semana de novembro. Com a ferramenta, os clientes de fintechs e bancos terão chaves de identificação permitindo a eles que realizem pagamentos e transferências de modo mais rápido, prático e seguro.
“O novo programa do Bacen vai influenciar todas as transações a partir de sua implementação, desde a tomada de decisão, seja para o feirante, seja para o grande empresário, ou até mesmo para pessoas físicas”, ressalta Riezo Almeida, coordenador do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário IESB.
O programa será implementado precisamente no dia 16 de novembro e já se encontra na fase de pré-cadastro de usuários em diversos bancos e fintechs. A ferramenta cria uma chave de acesso pessoal para cada usuário, que pode ser escolhida por ele mesmo ou gerada de maneira aleatória.
A partir da posse de uma chave, o usuário pode realizar operações bancárias, como transferências e pagamentos, de maneira instantânea, com no máximo 10 segundos de latência. “Com o Pix, a proposta é que você possa realizar operações em qualquer momento do dia, não importa se é dia útil ou fim de semana, se é três da manhã ou três da tarde”, complementa Riezo.
Atualmente, cada operadora financeira (bancos ou fintechs) possui seus protocolos de segurança e de operação de pagamentos e transferências. A proposta do programa é que este protocolo seja unificado e centralizado no Banco Central, necessitando apenas a adesão da operadora no programa. “Com isso, o Bacen vira protagonista. Temos exemplo na China, em que todas as operações bancárias acontecem por meio de um aplicativo. Isso estimula a movimentação monetária no âmbito virtual, ou seja, vai estimular a redução de moedas físicas. É importante de se ressaltar que isso acontece em meio à criação de novas notas pelo Banco”, argumenta.
Além da chave, o usuário pode requisitar um código no formato QR Code, para cada tipo de transação que for realizar. “Pelo QR code, nem mesmo a chave será tão necessária para a concretização da transferência”, completa.
Para Riezo, a principal vantagem está na rapidez das transações e no aumento da segurança. “Um feirante e um empreendedor podem receber suas vendas na hora em que as realiza, enquanto podem comprar mais produtos no fim de semana, por exemplo”, diz.
Outra grande vantagem está no custo das transações. Atualmente, dois são os principais modelos de transferência,TED e DOC. Enquanto ambos estão sujeitos a sofrer encargos e taxações por operação, que varia de acordo com cada banco, o PIX muda o cenário e estipula um custo fixo de R$ 0,01 por transação para Pessoas Físicas. “Para Pessoas Jurídicas, as taxas são muito menores que as taxas atuais. Como disse, será tudo centralizado no Banco Central”, explica o coordenador.
Riezo alerta para os riscos do protagonismo estimado pelo Bacen. “O protocolo do Banco Central tem que estar bem alinhado e com tecnologia que suporte toda a população brasileira transacionando. Ademais, é novidade esse tipo de medida pelo governo federal, então temos que aguardar e ter cautela”, conclui.
É importante que o usuário verifique, antes de tudo, se é cliente de um banco ou fintech que já esteja cadastrado ao programa. Isto pode ser verificado na própria página de cada banco ou no Banco Central.
Os pré-cadastrados terão liberado o uso da ferramenta em aplicativos a partir de 16 de novembro.
Por Felipe Caian Dourado